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terça-feira, 15 de junho de 2010

Voltando para a Terrinha

Oi amigos queridos,

A Fotografa volta pra casa com muitas belas imagens do Canada' para colocar no blog.  Fiquem atentos, pois todas as estacoes do ano foram devidamente registradas para degustacao dos nossos exigentes olhares.  Chego amanha dia 16 de junho,  as 14 horas,  no Galeao, cheia de saudades e de vontade de abracar cada um lenta e demoradamente.
Um grande beijo,
Vera

quinta-feira, 22 de abril de 2010

This is it!

Prezados amigos,
Continuo em Montreal sem acentos, cedilhas, til  etc .
Peco licenca para falar  meio tardiamente da morte de Michael Jackson. Nao, nao me digam que estao cansados do tema, MJ e' tema para uma vida inteira.

Assisti "This is it" aqui em Montreal, logo que foi lancado, a uns meses atras. Vi o filme longe das telonas, em absoluto silencio, como em oracao. Desde aquele dia tento escrever algo sobre a morte de Michael Jackson e nao consigo. Hoje, no entanto, motivada por um artigo do Carlos Saul Duque, gentilmente enviado pelo meu amigo Tito, decidi que iria colocar o que penso aqui, mesmo sabendo que  o que vai escrito esta' muito longe ainda do que sinto e senti com sua morte.

Todos esses anos, sempre que me referia a MJ , me referia  como o "artista do seculo" e ultimamente, sempre que o via na media,  tinha a sensacao de que daquele dia ele nao passaria. Sua morte tardia me surpreendeu.  Penso que MJ resistiu muito, considerando seu talento e genialidade.  Artistas como ele nao duram  muito nesse mundo que inventamos.  Criatividade , sensibilidade e talento continuam sendo expulsos do cotidiano seja pela opressao do  discurso racional, seja pela maquina de fazer dinheiro, seja pela inveja .  Alguns artistas menos geniais morreram bem antes. Isso para mim explica sua fragilidade
ao final da vida.

O mundo nao estava preparado para  M.J.  Ele resistiu o maximo que pode.  Se aparecer algum outro, tambem nao estaremos prontos.  Nao falo isso como fa apaixonada apenas , falo como alguem que tem ca' alguns talentos e se esforca por viver  criativamente num mundo estruturado para dizimar a sensibilidade, a criatividade , a verdade e a liberdade , em todos os niveis em que elas  se manifestem.  Tente fazer da sua vida uma vida mais criativa e verdadeira com os amigos, na escola , na igreja, no banco , no seu trabalho, na sua casa com seus filhos , no sexo com o seu companheiro  e sua vida vai virar uma batalha cotidiana infernal enquanto paralelamente todos acharao voce uma pessoa interessante. Nao estou querendo dizer com isso que nao valha a pena.  Sempre valera' a pena , "tudo vale a pena se a alma nao e' pequena"  ja' diria Fernando Pessoa, o problema e' que alma grande nao se ve a toda hora, nao anda sobrando por ai'.  Vejo a criatividade como a unica forma de respirar nesse mundo, mas que da' um trabalho insano viver criativamente, da'!.  Sempre havera' uma mediocridade a espreita na esquina, aguardando para dar  conotacao de "inadequacao" ao seu pensamento inovador ou `a  manifestacao espontanea de algum rasgo de sua sensibilidade.   Somos "serial killers" de talento, de sensibilidade, de criatividade e de liberdade ha' seculos.  Matamos diariamente nossos melhores talentos no trabalho, nas escolas , nos bares , em casa .  Se nao o fazemos abertamente, trataremos de faze-lo velada e  "mui amorosamente", com frases do tipo: " que ideia maluca e' essa?", "pare de ser sonhador", "deixe de ser utopico e caia na real ", etc.

Meu sentimento ao ver o filme, foi  o mesmo do Colunista Carlos Saul Duque .   Me comovi `as lagrimas durante a filmagem dos ensaios, vendo o cansaco e o esforco de MJ na luta contra o que lhe parecia trivial, na luta de transmitir uma dinamica musical mais sutil e adequada `a expressao dos sentimentos de um ser humano recem ressuscitado.  Em alguns momentos ele parecia mesmo estar  "entregando os pontos" , parecia estar cansado de viver e se explicar ,  cansado de tentar expressar seu talento e sensibilidade para um mundo caduco, incapaz de conviver com a criatividade de um artista incomparavel.

Sofri  com a perda de MJ, mas ao mesmo tempo senti um certo alivio por ele. A morte, finalmente,  o libertou.  O mundo continuara' tentando lembrar dele mais pelas "esquisitices" , continuara' tentando enquadra-lo nas suas mediocres caixinhas. Quando nao conseguimos compreender um genio inovador, ao inves de empreendermos um esforco maior para que possamos absorver o que ele tem a dizer,  geralmente  o matamos,  o ignoramos ou tentamos fazer dele uma coisinha menor, para que fique `a altura de nossa limitada compreensao.  Michael nao permitiu que o ignorassemos , mas fomos tao crueis na nossa reducao que acabamos por afasta-lo dos palcos e ficamos anos sem acesso a grandiosidade do seu talento. O esforco para voltar, com a energia ja' bastante consumida pela crueldade do mundo , acabou sendo grande demais.

Li hoje uma frase do teologo liberal americano Henry Ward Beecher ,  que me chamou a atencao:
" O melhor sucesso de alguem, vem depois de sua maior decepcao" .  Michael parecia muito decepcionado com o mundo. Quanto a nos, perdemos o espetaculo do seculo e estamos agora tentando arranjar um bode expiatorio que nos redima, o pobre Medico que tentava ajuda-lo a suportar a maior crise ja' vivida  por um Artista. Culpando o Medico, pensamos redimir nossa culpa. This is it!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Despedida do Serginho



Queridos amigos,

Serginho se foi.  Esse e.mail e' para agradecer a todos , dos mais diferentes credos,  que oraram por ele na passagem de ano a meu pedido.  E' tambem para pedir licenca para falar dele e da nossa deliciosa amizade, pois acho que ele deixa uma licao de vida que precisa ser compartilhada.  Alem disso estou longe , triste e precisando muito administrar a emocao  nesse momento em que ele deve estar sendo velado e  preparado para embarcar para  sua ultima viagem .  Queria muito agora poder estar abracadinha com meu filho , meu ex-marido e  nossos inumeros amigos comuns, mas estou longe.  Serginho  nos amava muito.  Ele cumpriu sua missao por aqui de uma forma que  cada dia tento compreender melhor.  Ainda estou sob o impacto dessa noticia e  tentando imaginar como  sera' voltar para o Brasil e nao poder fazer  aquele simples gesto de pegar o telefone , ligar pra ele e ouvir:

- Oi Veroquinhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Agradeco cada minuto dessa vida que passei com ele.  Serginho foi um daqueles amigos com o qual eu podia exibir todas as minhas cores, toda  a minha paradoxal humanidade, desde os sentimentos mais rosas e delicados, ate' aqueles mais vermelhos e irados e ter a certeza de que nao o perderia. 
Serginho me poupou inumeras sessoes de Psicanalise, me fez rir e gargalhar muito na vida e foi um daqueles amigos cada vez mais raros,  que  dao a gente o direito de chegar  num encontro meio torto,
meio atravessado e , apesar disso, ser  perdoado com o simples gesto de comparecer ao proximo encontro.  Nao sei se ele era assim com todo mundo, comigo era!  Serginho NUNCA cobrou de mim um formato padronizado.  Nunca cobrou de mim coerencia .  Quando ficava zangado comigo por alguma razao , exibia a raiva ou  a irritacao e saia de perto.  Depois voltava. Voltava sempre.
Isso e' uma bencao! Ele so' queria manter os amigos, nao importa como viessem .  Estou triste nao so' pela perda, mas porque na sua hora mais dificil , eu nao estava la'  , estava  longe.  
Nos falamos pela ultima vez pelo skype, na virada do ano, gracas a extrema sensibilidade da minha queridissima amiga Cristinninha e da Claudia, que sabiam o quanto aquela distancia estava sendo dificil para mim.   Cris, Claudia, voces nao tem ideia do quanto lhes sou grata por aquele momento. 
Jamais esquecerei aquele gesto!

Sou do tipo que quando briga,  depois perdoa e  reconcilia.  Serginho tambem era. Nao quero advogar aqui essa maneira de viver, pois ela nao e' nada facil , da' muito trabalho, mas sou assim e gosto muito de gente assim. Com algumas gentes a gente consegue reconciliar  pelo dialogo , com outras basta a presenca, outras nao nos dao sequer o direito de brigar, quanto mais de reconciliar.  Estou dispensando essas ultimas .  Elas tambem me dao muito trabalho tentando esconder minha humanidade, controlar minhas emocoes.  Me dao muito trabalho com esse amor que nao enfrenta as intemperies de frente, com esse amor que nao consegue exibir todos os matizes, com esse amor que guarda as fortes cores para si e so' exibe os tons pasteis,  que nao consegue salpicar o quadro dos relacionamentos de borroes e depois repintar por cima, que nao consegue se lambuzar na paleta das questoes e problemas , de modo que a tela da vida possa ser freneticamente exuberante e radicalmente sincera e fragil , pois e' assim que acredito que ela e' e e' assim que acredito que somos. A natureza e' sincera, os animais brigam e depois brincam. E' apenas uma troca de poucas letras.  Por que diabos somos seres falantes e nao conseguimos fazer essa simples troca de letras na pratica, porque reprimimos nossa sincera natureza, porque nao conseguimos manter nosso estado de crianca nas relacoes ? Crianca briga e volta, volta e briga, briga e volta a brincar... nunca vi crianca ficar de mal para sempre. Serginho era assim.
Nao culpo as outras gentes por isso e as aceito , mas nao as escolho para a convivencia intima.  Ja' que nao da' para evitar o trabalho que as relacoes necessariamente nos exigem, que cada um escolha a sua estrategia de convivencia.  Eu  prefiro a infantil efervescencia, o dialogo multi-colorido ,  o silencio ensurdecedor ao lado do amigo , o silencio solitario em oracao,  prefiro me lambuzar nos erros, tentar corrigi-los , conviver com as dificuldades, perdoar, explodir, beijar muito , cheirar a testa, a careca e  SEMPRE, sempre, estar presente... mesmo que a presenca esteja provisoriamente dificil de administrar .

Serginho nao me exigia esse insano esforco de reprimir minhas emocoes e eu peco a todas as forcas do bem que o abencoem por isso e me perdoem por nao ter estado la'.

Sempre acreditei que o amor  deveria ser assim.  A desistencia de conviver depois de uma desavenca,  sempre me soou  como desamor.  Pode ate' nao ser para quem se afasta e silencia ,  mas me soa como desamor. Nao falo do afastamento temporario, da ida para a caverna  para refletir, como ele fazia.  Falo aqui no rompimento.  Nao gosto de gente que rompe, especialmente apos os terremotos.  E' um defeito da minha humanidade nao aceitar isso , mas nao gosto mesmo. Amar "ate' o piolho"  (aspas para Adelia Prado ) , pra mim e' isso: festejar, brigar, se afastar, voltar, repousar, perdoar, reconciliar, mas con-viver sempre!  Senao , para mim, nao e' amor e eu, atualmente, comeco a declinar dessas amizades.  Nao tenho mais muito tempo nessa vida e nao quero perde-lo com gente que idealiza o amor, idealiza as amizades,  idealiza um modo de viver,  SE idealiza e, em consequencia, ME  idealiza tambem e nao me permite errar. Quero exercitar o meu pleno direito de errar e ser perdoada e fazer o mesmo com as pessoas  na convivencia,  pois tenho certeza que eu e elas continuaremos sempre errando muito  e nao quero mais desamar ou sofrer de desamor por causa de uma tolice dessas.  Sim... para mim nao passa de tolice!

Gosto de gente que coloca todas as emocoes pra fora diretamente, olho no olho.  Serginho era assim.  Nao  era do tipo que dialogava, mas colocava pra fora.  Quando ficava zangado explodia e se afastava para se acalmar, depois voltava, sempre voltava e permanecia perto con-vivendo, abracando, chorando.  Nossa, quantas vezes choramos juntos!  Dava ao outro o direito de errar e ser perdoado sem dizer uma palavra, repito... sem palavras... apenas ficando e con-vivendo!  E' por isso que sempre tive certeza de que ele amava muito as pessoas e eu lhe sou muito grata por esse amor semelhante.  Digo semelhante porque acho que fui tambem para ele uma amiga assim, pelo menos me parecia .  Nao creio que ele me chamaria sempre de Veroquinhaaaaaaaaaaaaaaaaaa,  daquele doce e absolutamente inesquecivel modo , se nao me sentisse uma parceira de todas as cores. 

Um dia , zangado  porque brigou com a namorada, generalizou a raiva para todas as mulheres do mundo e abandonou a mim e a minha amiga Mariana, a quem tinha sido recem apresentado , em pleno carnaval de Santa Teresa ,  no dia do desfile das Carmelitas, sem a menor cerimonia.  Quem e' carnavalesco sabe muito bem o que isso significa, rsrsrsrsrs.  Tinhamos ido com ele de carona para ver o desfile e tivemos que voltar pra casa,  eu e ela a pe' , no meio do delirio momesco , tentando  entender aquela intempestiva atitude. Ficamos de mal muuuuuuuuuuuuito  tempo por causa disso, acho que... sei la'... talvez... DOIS DIAS!    Rsrsrsrsrsrsrrssr.  Na semana seguinte estavamos juntos de novo, as gargalhadas , no bar de costume.  O assunto virou  piada e ele nao gostava que eu lembrasse, porque ficava envergonhado do que fez. Eu lembrava de vez em quando para que ele tivesse a certeza de que NADA tinha mudado MESMO no nosso afeto depois daquilo.  Nos amavamos de verdade e integralmente, ponto! .   Ele perdoava sempre e naquele dia acho que exibiu carnavalescamente a sua intempestividade para testar se a reciproca seria verdadeira. E foi! Depois de dizer a ele os improperios que ele merecia, nos abracamos, choramos e nos perdoamos.

Isso para mim e' amor.  Fazer o que se sofro dessa maluquice de ver o amor desse modo ?  Fazer o que se isso pode soar para alguns como erro conceitual ou incapacidade de viver harmoniosamente? Vivo e convivo muito harmoniosamente com pessoas como Serginho.  Sou vinho da mesma cepa! Tem gente que acha que o amor deve ser so' delicadezas.  Desculpe, mas nao penso assim e acho que ele tambem nao pensava, ainda que nao tivesse muita consciencia disso. O verdadeiro amor erra e nao morre, resiste aos vendavais, se aborrece, perde a paciencia,  perdoa e volta.  Sou reincidente nessa forma de amor e nao acho que isso possa ter mais jeito na minha vida. Vou morrer disso ,  com isso e por isso !

Serginho gostava que eu ficasse horas nos bares cantando ou  falando poemas.  Eu  perdia as vezes a paciencia com ele  pois,  se eu deixasse , ele queria que eu ficasse fazendo aquilo ate' o sol comecar a despontar no horizonte e nem sempre eu estava disponivel internamente .  Jamais se cansava de pedir  cancoes e poemas para ouvir.  O limite era sempre eu que dava.  Ele nao tinha limites para isso.  Criancas nao tem limites.  Nunca sabia o nome do poema.  No entanto , sempre guardava a ideia essencial! Entao me falava a ideia essencial sem lembrar de uma palavra sequer do verso e ficava ali, esperando eu  varrer toda a memoria procurando por um arquivo com ideia-chave, mas sem palavra-chave.  Geralmente meu sistema de busca era eficiente e eu acabava achando, mas as vezes aquilo me exigia muito, me cansava.  Entao  eu respondia , impaciente,  que nao sabia qual era o poema, nao me esforcava para atender o pedido (as vezes estava simplesmente com preguica) e ele ficava chateado, insistia, insistia, insistia tanto ... que a gente brigava! No entanto eu tinha certeza que seria perdoada.  
E era, sempre fui ! Por isso eu deixava a irritacao sair... eu podia ser irritada com Serginho!  
Repito em alto e bom som:  
EU PODIA DEMONSTRAR MINHA IRRITACAO COM SERGINHO!
Que conforto nao ser obrigada a ser a "menininha boazinha" ! Que conforto ser amada  desse modo integral! Amar os "bonzinhos" e' facil, amar gente que poe a raiva pra fora e' dificil. Mas nos amavamos. Ele me amava inteirinha e eu tambem o amava inteirinho, com toda aquela louca in-tempestividade carregada de amor e paixao pelos amigos.

Amigos como esses , que estao presentes na delicadeza e voltam depois de humanas trocas de mal humor e improperios, sao cada dia mais raros e mais caros. Sao joias raras.  Sao amigos , como disse, que economizam sessoes de psicacalise.  Serginho NUNCA foi tema de minhas sessoes de terapia.  Nunca precisei falar dele, era afeto garantido, com denominacao de origem e certificado ISO.  Serginho era um amigo que desopilava  o figado, a cabeca, o coracao, a alma cansada, que sacodia a poeira do tedio e da hipocrisia,  num  mundo repleto de  falsos  bonzinhos que lotam a convivencia cotidiana de
afetos mediocres,  porque talvez ainda nao tenham aprendido a beleza de  amar bem colorido e apaixonadamente.  
Que prazer viajar com Serginho para Friburgo e Porto Seguro! 
Que prazer rir com Serginho! Que prazer sentar no bar com Serginho!
Que prazer atender aos pedidos de Serginho!  Que prazer NAO atender aos pedidos!
Que prazer poder brigar com Serginho! 
Que prazer poderia ter sido servir ao Serginho se ai estivesse, mas eu nao estava!
E isso ta' doendo hoje mais do que posso suportar. 
Amei esse amigo ate' o piolho.

Obrigada meu amigo, por essa linda amizade que me permitiu ser inteira com todas as minhas humanas qualidades e defeitos.  Se Deus realmente existe, que me perdoe pelo que vou dizer agora, mas eu nem precisaria de espiritualidades se todas as gentes me permitissem ser inteira como voce me permitiu. Foi uma honra compartilhar essa louca viagem por aqui  com voce.  Sem voce o espetaculo da vida ficara' um pouquinho mais sem graca e a minha integridade mais em risco.

Choro aqui hoje, nesse Canada' lindo, mas triste e nevado,  a morte de um amigo do meu Comite de Seguranca Pessoal . Um amigo do Incrivel Exercito de Brancaleone,  como ele sempre gostava de nos chamar, explicando em seguida as razoes.  Vou  ter que ser muito forte para superar a dor de nao ter estado com ele nos ultimos momentos e de nao poder abraca-lo na minha volta.

Obrigada a todos voces pelas oracoes e por terem conseguido ler esse imenso desabafo ate' aqui.  Serginho era um parceiro do modo de ser no mundo que acredito, um raro parceiro.  
Nao e' facil sobreviver feliz , `a ausencia de um amigo como esse.
Que as forcas do bem nos fortalecam sempre nesses momentos e continuem nos  dando lucidez e protecao.

A Deus  peco amparo para meu amigo, aonde quer que ele esteja.
Verinha
Soldado raso e mutilado do Incrivel Exercito de Brancaleone.