Para os que já a conhecem antecipo minhas desculpas, para os que não a conhecem gostaria de pedir licença para apresentar aqui uma poeta muito especial.
Semana passada, ávida por um novo livro de poemas para degustar, acabei comprando o livro recém traduzido de Wislawa Szymborska, poeta polonesa que ganhou o premio Nobel em 2009. A Polônia é um grande reduto de poetas e eu, tolinha, só fiquei sabendo disso na semana passada. Wislawa vem de uma geração entre guerras , viveu a segunda guerra mundial e 40 anos de totalitarismo na Polônia. É sempre um desconforto pra mim ler poemas traduzidos. Que me perdoem os tradutores, mas sempre desconfio das traduções, especialmente de poesias.
Escolhi o poema abaixo para estudar e apresentar na próxima reunião do encontro "Serendipite poético" que vem acontecendo aqui em casa. Ele me comoveu muito por várias razões e senti vontade de compartilhar com vocês.
Deixemos que ela nos pegue pelo verso e nos conduza poeticamente pelo horror da guerra.
Beijo
PS.: Consta no livro que o nome da poeta se pronuncia mais ou menos assim : Vissuáva Chembórska.
VIETNÃ
Mulher, como você se chama ? - Não sei
Quando você nasceu, de onde você vem? - Não sei.
Para que cavou uma toca na terra ? - Não sei.
Desde quando está aqui escondida? - Não sei.
Por que mordeu o meu dedo anular ? - Não sei.
Não sabe que não vamos te fazer nenhum mal? - Não sei.
De que lado você está ? - Não sei.
É a guerra, você tem que escolher . - Não sei.
Tua aldeia ainda existe ? - Não sei.
Esses são teus filhos? - São