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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Wislawa me pegou pelo verso

Queridos amigos,

Para os que já a conhecem antecipo minhas desculpas, para os que não a conhecem gostaria de pedir licença para apresentar aqui uma poeta muito especial.

Semana passada, ávida por um novo livro de poemas para degustar, acabei comprando o livro recém traduzido de Wislawa Szymborska,   poeta polonesa que ganhou o premio Nobel em 2009.  A Polônia é um grande reduto de poetas e eu, tolinha, só fiquei sabendo disso na semana passada.  Wislawa vem de uma geração entre guerras , viveu a segunda guerra mundial e 40 anos de totalitarismo na Polônia. É sempre um desconforto pra mim ler poemas traduzidos.  Que me perdoem os tradutores, mas sempre desconfio das traduções, especialmente de poesias.  
Escolhi o poema abaixo para estudar e apresentar na próxima reunião do encontro "Serendipite poético" que vem acontecendo aqui em casa.  Ele me comoveu muito por várias razões e senti vontade de compartilhar com vocês.

Deixemos que ela nos pegue pelo verso e nos conduza poeticamente pelo horror da guerra.

Beijo 

PS.:  Consta no livro  que o nome da poeta se pronuncia mais ou menos assim :  Vissuáva Chembórska.



VIETNÃ

Mulher, como você se chama ?  -  Não sei
Quando você nasceu, de onde você vem? - Não sei.
Para que cavou uma toca na terra ? - Não sei.
Desde quando está aqui escondida? - Não sei.
Por que mordeu o meu dedo anular ? - Não sei.
Não sabe que não vamos te fazer nenhum mal?  -  Não sei.
De que lado você está ? - Não sei.
É a guerra, você tem que escolher .  -  Não sei.
Tua aldeia ainda existe ? - Não sei.
Esses são teus filhos? - São