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sábado, 5 de março de 2011

Serpentina carnavalesca - de volta aos princípios

Olá pessoal, hoje é a abertura oficial.
Ele volta ao trono mais uma vez e eu vou daqui lançando minhas serpentinas só pra gente relembrar os fundamentos do Reinado de Momo, a única autoridade que realmente respeitamos.

Sejam bons súditos , sambem muito, bebam menos e um fantástico carnaval.

Beijo purpurinado,
Vera Mello

Cravo e Ferradura (Cristovao Bastos / Aldir Blanc) 


Primeiro foi um som leve
de peneira peneirando,
o mar de idéias de um louco,
a água dentro do coco.
Foi crescendo entre palmeiras
e tambores batucando
um balbucio, um rugido,
um som de tragédia e circo,
um som de linha de pesca,
som de torno e maçarico.
Veio um som de escavadeira,
bate-estaca, britadeira,
um som que machuca e lanha,
um som de lata de banha,
som de caco, som de tralha,
era um som de mutilados
quebrando gesso e muleta,
um som de festa e batalha.
Ah, era um som que me
orgulhava,
som de ralé e gentalha,
era o som dos prisioneiros,
som dos exus catimbeiros,
ai, era o som da canalha:
trovão, forja, baticum,
som de cravo e ferradura
- Dez Mil Cavalos de Ogum!
Esse é o som da minha terra:
som de andaime despencando,
de encosta desmoronando,
de rios violentando
as margens do meu limite.
Samba, samba, samba,
pulsas em tudo que existe,
vazas se meu sangue escorre,
nasces de tudo o que morre.


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