É outono em Montreal. A natureza pinta a paisagem com todas as quentes e exuberantes cores de sua paleta , como que anunciando que vai nos privar delas por um longo período de tempo . Depois da plástica performance, começa a se despir folha por folha, até dormir completamente nua na neve branca, fria e espessa da próxima estação. Imagens como essas ficarão guardadas para sempre atrás das cortinas de meus olhos turvos. Eu as toquei. Eu as beijei. Eu as vi , me comovi e chorei com elas. Ainda sinto o friozinho gostoso no corpo dos bancos dos parques onde me sentava sob o sol cálido, para apreciar o espetáculo das cores e escrever . Sinto saudades hoje de lá e dos amigos compartilhando comigo os seus ciclos em comunhão com a natureza. É como se pudéssemos conjugar juntos os verbos estacionais : eu primavero, tu primaveras, ele primavera... eu outoneio, tu outoneias , ele outoneia... eu hiberno, tu hibernas , ele hiberna, nós hibernamos... eu veraneio , ele veraneia, nós veraneamos. É muito revigorante esse ciclo das estações e eu sinto hoje uma saudade nostálgica desse coro, dessa orquestral conjugação entre os amigos e eu, sob a batuta da mãe natureza.
Para o outono publiquei certa vez um poema aqui
http://www.veramello.com/2009/11/janela-de-outono.html
Beijo .
| Teco |
Tico
|
| Tapete de um parque vizinho . |
| Rue des brises |
| Lachine |
| Lachine |
| Banquinho preferido das tardes de outono, à beira do Rio Saint Laurent. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário