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terça-feira, 9 de setembro de 2008

A Casa Verde

A Casa Verde e' uma casa-estufa na serra de Petrópolis, cercada de flores e vegetacao generosa. Minha amiga Zeze' mora la'. Lá me refugio e me recupero dos males da vida na companhia dela e de amigos queridos. Zezé e a Casa Verde são como faces de uma mesma moeda. Um dia falarei melhor sobre Zezé. Por hoje fica a minha gratidao e o poema.

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Entre gatos e pincéis
começo a urdir a tela da Casa Verde.
Como fogos de artifício
explodem as memórias nos aromas dos cafés,
dos pães, dos doces, das hortaliças.
No umbral de um novo tempo
harmonioso varal de sons e silêncios
exibe a realidade dos meus vincos
e a sabedoria dos meus vínculos
Ao ritmo de Chet Baker
nada falta, nada sobra
na música, no vento,
na chuva, no vinho,
na arte, no alento.

Com toques leves e precisos
integro sutilezas, imagens, retalhos,
vácuos profícuos, rasgadas esperanças.
Tudo parece ao mesmo tempo
calmo e pulsante,
pungente e diáfano,
conhecido e desconcertante.

Acariciada por pássaros, flores e amigos
despida de imagens e ruídos da modernidade
a alma na Casa Verde andarilha
em estado pagão de consciência
num abrigo cósmico tangível
que liga a rua do Big Bang
à nossa saudável e possível inocência.

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