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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Tecendo na masmorra

Não sou de correr da raia
nem quero morrer na praia
no alinhavo me esmero,
me embaralho, desespero,
mas nunca largo da agulha
que está sempre em uso
tecendo no bastidor.

Aqui nesse meu castelo,
tem sapo, tem príncipe, espelho
tem moura torta, alfinete
Coringa , Pingüim , Gepetto
heróis, anti-heróis e desvãos
Nos vãos dos seus corredores
choram Cinderelas, princesas
Brancas de neve, rainhas,
boas ou más, não importa
e choram também Luluzinhas,
com medo da bruxa má.
Deixei de fora o Pinóquio,
que nem entra em solilóquio,
quanto mais na hora H.

Com todos na mesma trama
bordo os enredos na lama
que vai do poço, pra cama
do calabouço, ao altar.

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