Cansei do enigma do meu e do teu sintoma,
cansei da ignorância da palavra que me determina,
cansei da busca de compromisso entre eu e meu desejo
cansei da busca de verdades indecifráveis e improferíveis
não quero saber de códigos, nem de metáforas
cansei de estar grávida de significantes
Quero a verdade direta do olhar dos moços de frete de Pessoa
quero a verdade da dor do meu pé torcido
quero a verdade do silêncio insolente
quero a verdade do carinho casual e delinquente
verdades quase referentes
Desejo hoje o sensório e o tangível
estes são os ‘issos’ com os quais nessa manhã quero conviver
sem a tentação de decifrá-los
Hoje quero me sentir livre da doença,
da causa e de seu sintoma
gargalhar , junto com Deus, na manjedoura do tempo
e enviar para o diabo todo o enigma!
terça-feira, 9 de setembro de 2008
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